terça-feira, 29 de julho de 2008

«Jovens estudantes tornam-se marinheiros por seis dias»


(CREOULA no Tejo, a caminho do Alfeite, em 26 de Julho de 2008, no regresso da viagem de treino de mar a que se refere a presente notícia - Fotografia de Luís Miguel Correia)

«Universidade. Iniciativa põe ibéricos a pensar o mar, a bordo de um navio», por ANA BELA FERREIRA

«Depois de seis dias preenchidos pela "rotina das sensações" e em que "muitos mundos se cruzaram num espaço de apenas 67 metros", chegou ontem à Base Naval do Alfeite, em Almada, o navio Creoula, trazendo a bordo os instruendos e instrutores do último curso da Universidade Itinerante do Mar 2008 (UIM). A experiência é descrita pelo director do último de três cursos da UIM a bordo, Fermín Rodriguez, que considera ter assistido a "uma verdadeira irmandade entre portugueses e espanhóis".

A missão começou a 30 de Junho e terminou ontem, mas repartiu-se por três equipas diferentes com 40 alunos cada. Os jovens portugueses e espanhóis, maioritariamente universitários, percorreram a costa atlântica portuguesa, espanhola e francesa. A terceira edição da UIM teve por tema "Energia, Ambiente e Mar". O Creoula partiu do Porto rumo a Avilés, no norte de Espanha, onde fez escala e partiu novamente em direcção a Rouen (França). Aqui, os jovens marinheiros puderam participar numa concentração de veleiros, que só acontece a cada cinco anos, e sentir o apoio dos emigrantes portugueses. "Fizemos a troca de alunos em Rouen e foi emocionante ver como os miúdos se tinham apegado uns aos outros e como choravam na despedida", recorda o comandante do navio Creoula, João Silva Ramos. Depois desta mudança, os jovens participantes partiram rumo a Ferrol (Espanha). Daqui seguiu um novo grupo em direcção a Viana do Castelo e depois a Lisboa (à base do Alfeite). Mas a viagem nem sempre foi um agradável passeio. Além dos jovens terem a responsabilidade de ajudar nas tarefas de rotina do navio, houve ainda momentos menos calmos durante a navegação. A travessia do Canal da Mancha ficou marcada por alguma turbulência. Durante 24 horas os jovens não tiveram acesso ao exterior do navio e as tarefas por eles desempenhadas foram suspensas. "Mas ninguém se assustou", garante o comandante, orgulhoso da sua tripulação.»

Fonte: [Diário de Notícias], edição de 27 de Julho de 2008.


Fotografia de Luís Miguel Correia. Direitos reservados (copyright)

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