«Partiu no Domingo de Lisboa e avistou ontem terra, ao largo dos Açores, o Creoula, navio da Armada Portuguesa que leva a bordo cerca de 90 pessoas, numa viagem que integra a Luso Expedição Olympus 2007. Abastecido de água e mantimentos, tem regresso marcado a 1 de Junho. Por Marta Duarte (Jornalista da Agência Lusa) Mais de 150 toneladas de água, uma tonelada de batatas e 800 quilogramas de carne foram necessários para abastecer o navio Creoula numa viagem de vinte dias entre Lisboa e os Açores, ao abrigo da LusoExpedição Olympus 2007. Desde domingo que cerca de 90 pessoas – 40 tripulantes e 50 instruendos, entre alunos, investigadores e jornalistas –, navegam a bordo do Navio de Treino de Mar da Marinha Portuguesa, rumo à ilha de São Miguel, na região autónoma. A expedição, organizada pela Universidade Lusófona, em Lisboa, reúne investigadores e alunos daquela instituição e das universidades dos Açores, do Algarve e do Porto, que vão fazer mergulhos nos ilhéus das Formigas e no banco de Dollabarat. O objectivo é o de recolher organismos marinhos que tenham interesse para a Indústria e para a Biomedicina, entre outros, que serão analisados num laboratório de campanha na biblioteca do navio, trabalho que se prolongará durante meses.
A aproximação a terra e o regresso da cobertura de rede de telemóvel, ontem de manhã, provocou o alvoroço a bordo, mas apenas alguns membros da tripulação estão autorizados a pisar terra, já que o navio, fundeado frente a Vila Franca do Campo, só atracará hoje no porto de Ponta Delgada. Para esta viagem o navio foi abastecido com mais de 150 toneladas de água doce – para consumo, higiene e confecção de alimentos –, uma tonelada de batatas, 800 quilos de carne, 600 de peixe, 100 litros de azeite e 140 de óleo, entre outros mantimentos. Durante os vinte dias de viagem (o regresso a Lisboa está previsto para o próximo dia 1 de Junho), serão servidas mais de três mil refeições. Toda a logística começou a ser preparada cerca de um mês antes da partida. Com autonomia para navegar durante cerca de duas semanas, a grande limitação do navio é mesmo no que respeita à água, já que não tem capacidade para gerá-la a bordo, sendo necessário abastecer os tanques com água da rede pública. “Por vezes é preciso racionar a água e cortá-la durante certos períodos do dia”, sublinhou o comandante Silva Ramos, acrescentando que sempre que pára em algum porto, o navio é reabastecido. Com 70 anos feitos recentemente – o Creoula foi pela primeira vez lançado à água em 1937 –, é o último bacalhoeiro português à linha, e chegava a transportar 50 doris (pequenos barcos de madeira).»
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