terça-feira, 1 de julho de 2008

«Vinte alunos da UA participam na terceira edição da Universidade Itinerante do Mar»

«O primeiro grupo de alunos da Universidade de Aveiro (UA) partiu esta segunda-feira a bordo do navio de treino de mar Creoula para participar no primeiro curso da terceira edição da Universidade Itinerante do Mar, uma plataforma de cooperação europeia dirigida a estudantes universitários e pré-universitários que conta, este ano, com o apoio da UA.

De acordo com a UAO programa, repartido por três cursos, tem como tema a «Energia, Ambiente & Mar» e integra momentos de formação em terra e a bordo do navio. O Creoula partirá de Avilés (Espanha), a 30 de Junho, fará escala em Gijón (Espanha), a 2 de Julho, Rouen (França), a 9 de Julho, Ferrol (Espanha), a 20 de Julho, Viana do Castelo (Portugal), a 22 de Julho, e desembarcará em Lisboa (Portugal), a 26 de Julho.

A UIM, cuja primeira edição decorreu em 2006, tem como objectivo aproximar do mar estudantes de várias origens, levando-os a descobrir o valor do trabalho em equipa e a partilha de dificuldades e de projectos, enquanto participam em todas as tarefas da navegação a bordo e visitam diferentes portos. O programa tem como tema específico de formação «Energia, Ambiente & Mar», com ênfase na implicação das questões da energia no desenvolvimento sustentado e no mar como fonte de energia e rota de transporte.

Contribuir para uma maior divulgação de actividades de investigação e ensino relacionadas com o mar é uma das principais motivações que impulsionaram a UA a apoiar esta iniciativa, que se enquadra perfeitamente no seu contexto formativo, educativo e investigativo.

A ligação da UA a este projecto acontece, por isso, com naturalidade, paralelamente à sua oferta alargada de formação na área do mar e à sua actividade de investigação nos vários domínios científicos que se dedicam ao estudo deste meio. A UA oferece uma formação bastante alargada na área do mar, com duas licenciaturas em Ciências do Mar e Meteorologia, Oceanografia e Geofísica, três mestrados em Ciências do Mar e das Zonas Costeiras, Meteorologia e Oceanografia Física e Biologia Marinha e dois programas doutorais em Ciências do Mar e do Ambiente (conjuntamente com a Universidade do Porto) e em Física - especialização em Oceanografia (conjuntamente com a Universidade do Porto e Universidade do Minho). Efectua, também, investigação relevante nesta área, através do Laboratório Associado Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), que tem por missão fundamental desenvolver investigação na área do Ambiente Costeiro e Marinho, entendido de uma forma integrada envolvendo a atmosfera, a biosfera, a hidrosfera e a litosfera.

Para além da UA, a edição deste ano conta com a organização das Universidades de Porto e de Oviedo, abrangendo 126 estudantes, portugueses e espanhóis. A UIM 2008 estrutura-se em três cursos, o primeiro de 30 de Junho a 11 de Julho, o segundo de 11 a 20 de Julho e o terceiro de 20 a 26 de Julho, integrando cada um deles as componentes de formação em terra (Academia), no mar e de trabalho final e diário de bordo.

A componente de Academia é a primeira componente de realização do Projecto e abrange seminários para apresentação das principais temáticas que organizam o tema central objecto da formação, sessões de preparação para os trabalhos de grupo, com vista à integração e à organização do grupo de alunos e ao lançamento dos Projectos de Mar, sessões de preparação para a navegação e vida a bordo.

A formação no mar decorrerá a bordo do navio de treino de Mar Creoula, operado pela Armada Portuguesa, que se encarregará de assegurar as condições de navegação e de segurança a bordo. Durante esta fase os alunos serão organizados em grupos e cumprirão todas as actividades necessárias à vida a bordo como vigia, navegação, limpeza, cozinha, etc. de acordo com o regime de quartos, as quais serão complementadas com outras actividades de carácter formativo, a organizar em conformidade com as condições de navegação, e com o registo do diário de bordo. Durante o período de navegação realizar-se-ão pequenos workshops a cargo dos Oficiais da Marinha pertencentes à guarnição no NTM Creoula (Marinharia), dos Tutores (temas ligados com as suas profissões, sempre que possível fazendo a ponte com o tema da UIM 2008) e dos Directores (temas relacionados com o tema geral da UIM 2008). Em porto o programa inclui um seminário sobre uma temática relacionada com o tema central da formação ou com a região e uma visita local.

O diário de bordo será elaborado segundo a tradição da marinha a que se acrescentará uma dimensão de crónica pessoal para registo das principais aquisições da formação e das vivências e impressões relativas ao curso. A forma de elaboração do diário de bordo será objecto de tratamento durante a fase de formação em terra. Os alunos prepararão um trabalho final (Projecto de Mar) que será submetido a avaliação, a realizar em grupo, dentro da temática e conforme a organização estabelecida durante a fase de formação em terra.
Carlos Rafael Vieira Rocha, 19 anos, a frequentar o 2º ano da Licenciatura em Ciências do Mar, Mariana Vieira Lima Matias da Rocha, 19 anos, a frequentar o 2º ano da Licenciatura em Meteorologia, Oceanografia e Geofísica, e Ricardo Costa, 26 anos, a frequentar o 2º Ciclo do Curso de Engenharia do Ambiente, são três dos 20 alunos da UA que vão embarcar a bordo do Creoula.

«Muita aventura, experiências novas, muita diversão, mas também muito trabalho e uma participação enriquecedora, tanto a nível pessoal como a nível profissional» é o que procuram os três aspirantes a marinheiro, por isso, as suas expectativas «são elevadas e o desafio bastante atractivo, quer pela sua vertente intercultural, quer pela dinâmica de grupo que se vai gerar perante condições diferentes do seu quotidiano habitual, quer pela possibilidade que oferece de participar em diversos projectos na área da energia, eco eficiência e ciências do mar».

O fascínio pelo mar, pela aventura e exploração, o contacto in loco com actividades formativas e de investigação relacionadas com as áreas da sua formação académica e a busca de oportunidades profissionais foram os incentivos suficientes para se inscreverem num projecto que consideram integrar-se inteiramente no conceito universitário, de comunidade Europeia e de aprendizagem que o novo sistema de Bolonha pretende que se implemente
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Fonte: publicado ontem por [CiênciaPT].

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