sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Aventura de alunos do Chapitô no Creoula termina hoje com espectáculo na doca de Alcântara


«A aventura dos alunos do Chapitô que desde segunda feira estão embarcados no navio escola Creoula, a juntar aos treinos do circo as rotinas do mar, termina hoje com um espetáculo na doca do cais de Alcântara, em Lisboa.

À beira rio, em entrevista à agência Lusa, a presidente e mentora do projeto Chapitô, Teresa Ricou, garantiu que a tarde vai ser de circo e de festa para mostrar ao público, aos amigos e às famílias o que têm aprendido os alunos durante os últimos anos.

Entre a margem Norte do Tejo e os mastros do Creoula, o público vai poder ver a partir das 18:30 "um patchwork de tudo aquilo que foi feito nestes últimos anos pelos alunos da escola de artes": "Um verdadeiro espetáculo", garante Teresa Ricou. Desde segunda feira que os novos tripulantes do Creoula têm participado em todas as tarefas do navio, da cozinha às limpezas, da vigia à navegação. O balanço, dizem, é positivo. Esta é uma experiência que não vão esquecer.

Ivo Martins, 19 anos, aluno do 3.º ano, veio para o Chapitô "cumprir um sonho", porque sempre gostou "de saltos e macacadas", e porque fazia teatro desde pequeno: "[A experiência no Creoula] foi engraçada, eu nunca tinha andado de barco durante tanto tempo, dormir num barco. Adorei, foi brutal", contou. O jovem artista fez "vigilância, para ver se vinha algum barco ou assim", esteve na cozinha, "a fazer pãezinhos com chouriço" e acha que "correu tudo bem" porque se "safou" de ir para a copa lavar loiça.

Cátia Faleiro, 18 anos, aluna do 3.º ano, veio para o Chapitô seguir um "interesse de sempre" pelo mundo das artes. A experiência no navio tem sido "fantástica", salvo alguns enjoos em alto mar: "Tem sido uma experiência marcante, aprendemos imensa coisa, a trabalhar em grupo, a desenrascarmo-nos sozinhos, como é a vida no mar, como é conhecer pessoas novas", disse.

O espetáculo, que assinala o início do ano letivo no Chapitô, vai ser, à boa moda do Chapitô, "bom e animado, muito animado", diz Ivo. "Divertido e de encher a barriga. Uma experiência marcante, também", acrescenta Cátia.

Da perspetiva da coordenadora, que, diz, "corria atrás do Creoula há mais de 30 anos", esta experiência foi "uma simbiose muito interessante e uma embaixada cultural": "A bordo tivemos a oportunidade de experimentar não só o risco e as alturas, como no circo, mas também navegar, pensar e sentir a solidão do mar", acrescentou.

Para o comandante do navio, Nuno Cornélio, a iniciativa foi uma oportunidade de continuar o trabalho que o Creoula tem feito até aqui para aproximar os mais novos do mar e "a experiência correu muito bem".

Depois do espetáculo, a tripulação de cerca de 50 alunos que agora se encontra a bordo do navio troca com a outra metade dos estudantes que até aqui estavam na escola, e que vão ficar no mar até domingo.

O Chapitô, Colectividade Cultural e Recreativa de Santa Catarina, é uma Organização Não-Governamental para o Desenvolvimento, e tem estatuto de Instituição Particular de Solidariedade Social».
 
JYF
 
Fonte: [Agência LUSA]. * Fotografia de Raquel Sabino Pereira.