Por Marta Duarte (texto) e Virgílio Rodrigues (fotos), da agência Lusa
A bordo do navio "Creoula", Açores, 18 Mai (Lusa) - Mais de 150 toneladas de água, uma tonelada de batatas e 800 quilos de carne foram necessários para abastecer o navio "Creoula" numa viagem de vinte dias entre Lisboa e os Açores ao abrigo da "LusoExpedição Olympus 2007".
Desde domingo que cerca de 90 pessoas - 40 tripulantes e 50 instruendos (aprendizes), entre alunos, investigadores e jornalistas -, navegam a bordo do Navio de Treino de Mar (NTM) da Marinha Portuguesa, rumo à ilha de São Miguel, nos Açores. A expedição, organizada pela Universidade Lusófona, em Lisboa, reúne investigadores e alunos daquela instituição e das Universidades dos Açores, Algarve e Porto, que vão fazer mergulhos nos ilhéus das Formigas e banco de Dollabarat. O objectivo é recolher organismos marinhos com interesse ao nível da Indústria e Biomedicina, entre outros, que serão analisados num laboratório de campanha montado na biblioteca do navio, trabalho que se prolongará depois durante meses.
A aproximação a terra e o regresso da rede de telemóvel, hoje de manhã, provocou o alvoroço a bordo, mas apenas alguns membros da tripulação estão autorizados a pisar terra, já que o navio, fundeado frente a Vila Franca do Campo, só atracará sábado no porto de Ponta Delgada.
Para a viagem, o navio foi abastecido com mais de 150 toneladas de água doce - para consumo, higiene e confecção de alimentos -, uma tonelada de batatas, 800 quilos de carne, 600 de peixe, 100 litros de azeite e 140 de óleo, entre outros mantimentos.
Durante os vinte dias de viagem - o regresso a Lisboa está previsto para dia 01 de Junho -, serão servidas mais de três mil refeições e toda a logística começou a ser preparada cerca de um mês antes da partida.
Com autonomia para navegar durante cerca de duas semanas, a grande limitação do navio é mesmo no que respeita à água, já que o "Creoula" não tem capacidade para gerá-la a bordo, sendo necessário abastecer os tanques com água da rede pública.
"Por vezes é preciso racionar a água e cortá-la durante certos períodos do dia", sublinhou o comandante Silva Ramos, acrescentando que sempre que se pára em algum porto, o navio é reabastecido com o precioso líquido.
Com 70 anos feitos recentemente - o "Creoula" foi pela primeira vez lançado à água em 1937 - este é o último bacalhoeiro português à linha e chegava a transportar cinquenta "doris" (pequenos barcos de madeira) utilizados na pesca do bacalhau. Depois de ter cumprido 37 campanhas de bacalhau, o "Creoula" está há vinte anos ao serviço do Estado português como navio de treino de mar, tendo como principal missão embarcar e aproximar elementos da sociedade civil ao mar. "Somos dos único navios do Estado no mundo que estão abertos à sociedade", afirmou à Lusa o comandante do "Creoula", que dirige os destinos da embarcação há pouco mais de um ano. Construído para navegar nas gélidas águas do Norte, o navio está bem preparado para enfrentar intempéries, saindo para o mar entre Abril e Outubro e ficando, durante o Inverno, atracado em Lisboa.
A próxima grande viagem do "Creoula" programada para este ano vai levar jovens de várias instituições e das Universidades do Porto e Oviedo, em Espanha, à volta do Mediterrâneo, durante dois meses.
MAD. 2007-05-18, 12h44.
Fonte: Agência LUSA
Fonte: Agência LUSA
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