«Faleceu no passado dia 2 de Novembro o capitão da Marinha Mercante Francisco Correia Marques, o último comandante do lugre Creoula em campanhas de pesca do bacalhau. Natural de Ílhavo, onde nasceu em 1930, termina em 1949 o seu curso de pilotagem e, em 1953 é já comandante do lugre Adélia Maria, tornando-se no mais jovem capitão da frota do bacalhau. Depois de mais de 28 anos de mar, fez a sua última viagem em 1989. Regressado à sua terra natal começa a trabalhar no Grupo de Amigos do Museu Marítimo de Ílhavo, recolhendo e catalogando um vasto espólio, de que resultaria a exposição Faina Maior. Em 1996 escreve, em parceria com [Ana Maria Lopes], o livro “Faina Maior, a Pesca do Bacalhau nos Bancos da Terra Nova”. Em 1998 embarca de novo no Creoula, agora como Director de Treino dos jovens portugueses e canadianos durante o projecto “De Novo na Terra Nova” organizado pelos Amigos do Museu Marítimo de Ílhavo.
De 1999 a 2002 é Director do Museu Marítimo de Ílhavo onde dirigiu os trabalhos de transferência do Museu para as suas actuais instalações e da adequação do seu discurso museológico. Ali projectou e executou a réplica de um iate bacalhoeiro, em tamanho natural, que é hoje o principal ícone da exposição permanente daquele museu, numa sala que ostenta hoje o seu nome.
Sempre ligado às coisas do mar eram frequentes as suas visitas à Capitania do Porto de Aveiro e ao Arquivo Central da Marinha em busca de elementos para as suas pesquisas. Participa também, em 2001, no I congresso Internacional da História da Pesca do Bacalhau e escreve «Creoula – A Pesca do Bacalhau no Crepúsculo da Navegação à Vela». Em 2002 é entronizado como confrade da Confraria Gastronómica do Bacalhau e, deixada a direcção do Museu, volta aos corpos sociais do Grupo de Amigos do Museu. Desenvolve então intensa actividade de investigação e divulgação sobre tudo o que respeita à pesca do bacalhau, participando em vários encontros, entrevistas, colóquios e conferências em instituições científicas ou estabelecimentos de ensino; na Escola Naval proferiu também uma brilhante palestra sobre este tema.
Conheci o capitão Francisco Marques em 1996 quando ele gingava dentro de um pequeno dóri com a mesma facilidade com que o comum dos mortais anda a pé... Ainda guardo na memória aquela imagem! Deste primeiro contacto ficou a minha grande admiração por aquele homem que fez o favor de ficar meu amigo. Depois deste encontro inicial, muitos outros houve em que a minha curiosidade sobre a vida do mar dos pescadores do bacalhau o fez perder muitas horas a contar-me histórias da sua longa experiência; com ele aprendi muito do que sei sobre a epopeia da pesca do bacalhau.»
De 1999 a 2002 é Director do Museu Marítimo de Ílhavo onde dirigiu os trabalhos de transferência do Museu para as suas actuais instalações e da adequação do seu discurso museológico. Ali projectou e executou a réplica de um iate bacalhoeiro, em tamanho natural, que é hoje o principal ícone da exposição permanente daquele museu, numa sala que ostenta hoje o seu nome.
Sempre ligado às coisas do mar eram frequentes as suas visitas à Capitania do Porto de Aveiro e ao Arquivo Central da Marinha em busca de elementos para as suas pesquisas. Participa também, em 2001, no I congresso Internacional da História da Pesca do Bacalhau e escreve «Creoula – A Pesca do Bacalhau no Crepúsculo da Navegação à Vela». Em 2002 é entronizado como confrade da Confraria Gastronómica do Bacalhau e, deixada a direcção do Museu, volta aos corpos sociais do Grupo de Amigos do Museu. Desenvolve então intensa actividade de investigação e divulgação sobre tudo o que respeita à pesca do bacalhau, participando em vários encontros, entrevistas, colóquios e conferências em instituições científicas ou estabelecimentos de ensino; na Escola Naval proferiu também uma brilhante palestra sobre este tema.
Conheci o capitão Francisco Marques em 1996 quando ele gingava dentro de um pequeno dóri com a mesma facilidade com que o comum dos mortais anda a pé... Ainda guardo na memória aquela imagem! Deste primeiro contacto ficou a minha grande admiração por aquele homem que fez o favor de ficar meu amigo. Depois deste encontro inicial, muitos outros houve em que a minha curiosidade sobre a vida do mar dos pescadores do bacalhau o fez perder muitas horas a contar-me histórias da sua longa experiência; com ele aprendi muito do que sei sobre a epopeia da pesca do bacalhau.»
Por CMG J. A. Rodrigues Pereira, in «[REVISTA DA ARMADA]», edição de Janeiro de 2007
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