Aprender a mexer no leme de um navio e ajudar na condução de motores e na vigilância são apenas algumas das tarefas a executar pelos 52 jovens que participam num intercâmbio ao nível europeu liderado pela H2O, uma associação juvenil de Arrouquelas, Rio Maior. Durante cinco dias os jovens, entre os 16 e os 25 anos, provenientes de Espanha, Itália, Polónia, Roménia, Hungria, Bulgária, Letónia, Estónia e Portugal vão viajar a bordo do Creoula, antigo navio de guerra português.
“A vida a bordo de um navio tem características únicas, nomeadamente na vivência em grupo num espaço limitado. Para o sucesso da experiência é necessária a boa integração de todos os elementos, a tolerância e o trabalho de equipa. São estes valores que pretendemos desenvolver e intensificar durante esta jornada”, diz. Os jovens terão contacto com várias culturas e maneiras de pensar. “Acredito que depois de 11 dias de experiência única serão jovens diferentes do ponto de vista cultural e humano”, garante o enfermeiro.
Os contactos para a cedência do Creoula começaram no final de 2006. Assim que recebeu resposta positiva por parte do governo português a associação começou a divulgar o projecto. Era necessário contactar associações de jovens de outros países. Alexandre Jacinto e o grupo de jovens que compõem a H2O não conseguiam esconder a entusiasmo e o nervosismo por terem a possibilidade de organizar um projecto de tamanha dimensão. O projecto foi tão bem recebido pelas associações europeias, que receberam cerca de 60 candidaturas de colectividades a quererem participar. A H2O ficou espantada e, ao mesmo tempo, orgulhosa da enorme receptividade. Mas o navio só tem capacidade para 52 jovens o que implicou uma selecção de participantes. “Vieram os que responderam primeiro”, explica o responsável.
Dia 20 é o momento alto do intercâmbio que teve início na terça-feira com a chegada dos jovens. O Creoula parte esta quinta-feira do cais de Lisboa com destino a Portimão, no Algarve, onde deverá chegar na tarde de sábado. Durante os dias de viagem vão realizar-se vários workshops sobre Suporte Básico de Vida e até folclore. Com o objectivo de mostrar a cultura de todos os países participantes cada grupo vai realizar, nas ruas de Portimão, um pequeno apontamento cultural alusivo ao seu país. No dia seguinte os jovens voltam para Lisboa. E no último dia de viagem visitam Arrouquelas onde vão poder contactar com a população e contar-lhes a experiência vivida nos últimos dias.»
Fonte: Ana Isabel Borrego, in [O Mirante]